segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Dos tempos de dezembro



Dezembro foi um mês que começou como uma lesma e depois passou voando. Desde que eu soube que eu viria para Holanda eu também já sabia que minha mãe me visitaria em algum momento, e esse momento foi dezembro de 2014. Depois de Milão a contagem regressiva para a chegada dela começou, ela chegaria na metade do mês, então antes disso eu dediquei meus dias a planejar a chegada dela, as viagens, as compras, as comidas, os programas. Eu queria poder demonstrar, partilhar tudo que eu senti quando ela chegou, mas sei lá, só sei que foi assim.

Era uma segunda-feira, 15 de dezembro, as crianças ainda estavam indo para escola normal e a minha rotina ainda era a mesma. Peguei o trem sozinha para o aeroporto, mais tarde o host viria nos buscar, e o voo chegaria por volta das 18:45. Aquele aeroporto parecia imenso a cada passo que eu andava procurando o portão de desembarque. Eu sabia que eu ia ver minha mãe depois de 6 meses e seria a mesma coisa, que ela estaria ali igualzinha eu deixei antes de embarcar, mas eu não parava de pensar, de andar, de olhar pelo vidro. De longe eu avistei o cabelinho curto loiro, as pernas finas, a meia branca por cima da calça preta e o agasalho contornando o pescoço. Finalmenteee!! Passaram-se mais de 15 minutos, todos as pessoas de todos os voos possíveis e imagináveis saíram, menos a minha mãe. Ali estava eu e meu host, praticamente os únicos sobreviventes no portão de desembarque quando sai a minha velhinha, sem mala. Massa ein mãe?! A mala da estrangeira que não fala inglês ficou em São Paulo, veio só o corpinho de mamãe. O Brasil, nosso amado país tem uma habilidade enorme para organização, especialmente em grandes aeroportos como São Paulo, ou seja, a mala ficou e a companhia aérea só mandaria no dia seguinte. Nesse meio tempo mamãe se virou sozinha com um portunhol bem mal resolvido e uma linguagem de sinais. Ela conseguiu!! Bem vinda ao país das flores (congeladas).

Chegouu!!


Tulipas


Proost

Dezembro trouxe a minha mãe e trouxe o inverno congelante, como nem eu nem ela imaginávamos viver. Ela foi bem recebida aqui em casa, com flores, que eu comprei e as crianças deram, com vinho e comida quentinha. Ainda que quase nada do que eu imaginei antes dela chegar tenha saído do jeito "certo", foi uma delícia ter mamãe por perto. :)

Os primeiros dias mamãe ainda sentiu os sintomas do estresse e cansaço da rotina, plus do clima europeu/holandês e se adoentou um pouco. Mas num total de três semanas posso dizer com certeza que tentamos e aproveitamos de tudo um pouco, comida, cultura, pessoas, cheiros, clima.



Amsterdam com mamãe 



O primeiro destino, Hamburgo na Alemanha antecedeu o nosso natal e ano novo juntas. Foi uma viagem curtinha de três dias em que vimos de perto o famoso mercado de natal europeu, tomamos vinho quente, visitamos muitas barraquinhas, tomamos cerveja alemã, comemos Wurst alemão (veja a seguir na foto), passamos frio.

Christmas Market <3


Dá-lhe gordinha


Merry X-mas!






Porto congelante à margem do Rio Elba
Bem ou mal, depois da viagem a gripe insistiu em não largar minha mãe, o que não fez do nosso natal melhor ou pior, o que não fez definitivamente do MEU natal pior, muito pelo contrário. Parando para pensar e analisar friamente, a visita no Natal/Ano Novo da minha mãe me fez ver duas coisas: 1. Só mãe faz coisas como viajar milhares de quilômetros para te visitar, economiza todo seu dinheiro para sair do seu país para um país estranho com língua completamente diferente achando tudo lindo e perfeito; 2. Aconteça o que acontecer eu nunca estarei sozinha, ela estará ali. E eu não preciso dizer mais nada <3 (Continua no próximo capítulo sobre mais viagens e ano novo)

Um toque de mãe e amor no Natal <3



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