sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Despedidas


Desde que eu cheguei na Holanda eu tenho sido obrigada a me acostumar com as despedidas. Minhas primeiras amizades foram grande parte com meninas que já estavam aqui a seis meses ou mais, eu era a famosa: novata/bichete. Não sei explicar o porque delas mas posso afirmar que foram os meses mais intensos e bem aproveitados do meu ano. A Isa foi quem me introduziu no "grupo", que não era bem um grupo mas acabou sendo. A Isa foi introduzida pela Déh que introduziu todas nós no caminho de au pair na Holanda, e que graças a esse intercâmbio Goiânia - Brasil - Brasil - Holanda, eu conheci e me despedi de grandes amigas...


É difícil falar de despedida sem lembrar das meninas, dos lugares, dos momentos que todas nós vivemos, do tempo, dos meses, do verão, sem lembrar de que em aproximadamente três meses vai ser a minha vez de dizer "tchau", "adeus", "até logo", tot ziens". 
O meu primeiro "laço" foi também a primeira para quem eu dei tchau. A Isa, mesmo estando tão perto de mim no Brasil foi a pessoa com quem eu primeiro me aproximei aqui na Holanda e foi quem abriu as primeiras portas de grandes amizades construídas. Me despedir da Isa foi como cortar meu cordão umbilical com Goiânia de uma vez por todas, é sério, encontrar a Isa era motivo para falar mal de alguém de Goiânia, ouvir sertanejo, ouvir o SOTAQUE goiano, lembrar dos amigos em comum. A despedida da Isa foi histórica, foi gostosa, foi cheia de amor e arrocha sertanejo.

Despedida da Isa

Ari. Com a Ari não tinha tempo ruim, teve vontade de conversar? Liga pra Ari!!Na cabeça dela não existe pessoa chata, existe pessoa mal compreendida. hahaha Nossa piscologa mineira era pau pra toda obra, uma pena ter tido tão pouco tempo com ela aqui... Mas uma certeza eu tenho: couchsurfing em Minas Gerais comendo a melhor comida do Brasil! A despedida da Ari foi com vista para um canal incrível em um dia de sol (e o começo do frio). 

Despedida da Ari

Mijn Rubi! Se despedir fosse bom eu não choraria. Da Rubia eu tive uma temporada de despedidas em dezembro, era uma questão de: acostumar com a ideia. Me despedir da Rubia foi como me despedir de quem foi minha mãe na Holanda por seis meses, alguém que me ajudou em TODOS os momentos que eu precisei, e sua peculiaridade fez com que ela fosse sem sombra de dúvidas uma das pessoas com quem eu mais me identifiquei aqui. Quando o assunto é despedidas de duas uma: ou eu me entrego as lágrimas do começo ao fim, ou eu engulo sem descer do salto. Com a Rubia não tinha salto, foi um pedaço do meu coração voltando para o Brasil.

Despedida

Mijn Rubi
Janeiro, 2015, eu diria que esse é O ano das despedidas. Um mês, duas despedidas. O "grupo" ficava cada vez menor e foi a hora de dizer "até logo" para a Bruna e a Bia. As duas pelo que sei começaram o ano de au pair em dias muito próximos, famílias completamente diferentes, experiências diferentes, amizades compartilhadas. A Bia viveu intensamente o ano dela de au pair, não que as outras não tenham vivido, mas é que a Bia tem algo muito particular em sua personalidade, "desligada do mundo", "enjoy your life", não sei explicar. hahaha A Bruna amou a Holanda intensamente de tal forma que um pedaço do coração dela ficou aqui. :)

Despedida da Bia

Despedida da Bia e da Bruna

Fevereiro. Daquele "grupo" que se formou a muitos meses atrás, de meninas que foram surgindo e agregando interesses, personalidade, amores em comum, de todas as histórias que estão sendo guardadas e contadas, foi a hora da Camilla dizer "tchau". Eu poderia dizer que ela foi a última daquele grupo que eu venho me despedindo a tantos meses, mas não, daquele grupo um outro pode ser criado, reformado, partilhado... Pois bem, a Camilla é a taurina mais taurina e menos taurina que eu já conheci. É a pessoa mais parecida e mais diferente de mim que já passou pela minha vida. A Camilla nunca sairá de uma festa muito bêbada a ponto de passar vergonha (ou quase nunca), nunca deixará perder um copo de vodka, nunca perderá uma boa festa. hahaha

Despedida da Camilla ( e o copo na não)

Eu gostaria de parar por aqui, eu gostaria de acalmar meus ânimos e meu coração, mas não dá. Nesse meio tempo de despedidas eu venho abrindo espaço para outras amizades, novas histórias, novas experiências, partilhando de novos começos e esperando por mais alguns fins, fins de um ciclo, obviamente. Com cada pessoa que eu me despeço eu deixo um pedaço do meu coração e colho uma parte de outros, com cada uma delas que eu convivi, aprendi mais sobre a nossa cultura brasileira, eu estive perto mesmo estando longe, eu me apoiei nelas e não deixei para traz as minhas raízes. Meu respeito e gratidão por cada despedida. Hoje, estamos no final de mais um mês desse ano maluco que já é 2015, a três meses do MEU "tot ziens" e continuo sem saber o que eu estou sentindo, sem saber para onde os meus pés vão me levar. 










Um comentário:

  1. passa muito rápido!!!! é muito lindo, muito legal e muito triste também!!!!

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